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Druidade: pelos Reinos Interiores de uma Alma Amanhecente

Em primeiro lugar, mandam as boas práticas de exposição reflexiva que se definam ou situem os sesmos ou os marcos a partir dos quais e até onde se propõe o autor destas linhas realizar esta humilde meditação, isto é, circunscrever as suas elipses, estabelecer as suas órbitas, clarificar os seus objetos de análise e balizar as suas amplitudes. Tarefa nada fácil, para uma introdução que se pretende sóbria, uma vez que, se nos ativermos ao título que administra o sentido do discurso, nos deparamos com dois objetos que convocam sempre e necessariamente o seu sujeito, ou sujeitos de pertença, ou seja, ao fazermos referência ao âmbito da Druidade como interioridade, isto é, do ‘dentro’ de ‘algo’, teremos forçosamente, caso queiramos ser rigorosos e honestos na apresentação da nossa proposta, que fazer igualmente referência a todo um conjunto de entornos ou exterioridades, que não só prefiguram fundamentais orientações para o itinerário a seguir, como nos permitem estabelecer os contornos essenciais das fronteiras que religam, em sentido uno, as suas múltiplas e resilientes abrangências. 

Por Arqui-Druida /i\ Adgnatios

In A Revista da Tradição Lvsitana Nº3, O Redespertar da Pan-Céltia, novembro 2017, pp. 15-23.

Da Sabedoria das Árvores Parte II:

Arbustos e Árvores da Lvsitânea: Exemplos de Virtude para Uma Egrégora Lusitana

Por Vate Arhuanië Adaltena

In A Revista da Tradição Lvsitana Nº3, O Redespertar da Pan-Céltia, novembro 2017, pp. 52-65.

Na primeira parte da nossa reflexão, publicada no número anterior da RTL, demos-lhe a conhecer, caro leitor e cara leitora, a Árvore-Símbolo da Tradição Lusitana ou Árvore Lusitana, designação atribuída pelo nosso Arqui-Druida /|\ Adgnatios ao Carvalho Lusitano (Sobreiro e Azinheira), no que se refere aos seus aspetos simbólicos e ainda como excelso exemplo de renovação e regeneração face às adversidades. Porém, outras árvores e arbustos partilham com a Árvore Lusitana os mesmos locais, sendo bastante comum ver o Sobreiro e a Azinheira ladeados por Zimbros, Oliveiras e Zambujeiros, Medronheiros, Sanguinhos, entre outras e outros que constituem no seu conjunto os bosques e matas lusitanas.

Isto posto, e tendo em consideração a importância que as Árvores assumem na nossa Tradição, propomos-lhe, caro leitor e leitora, que se deixem levar aos Campos da Lvsitânea, para que possamos juntos aprender com os Arbustos e Árvores Sagradas da Tradição Lusitana, através da sua observação e do entendimento da sua sabedoria e ‘arvorecer’, o que é ser virtuoso. Apesar das evidentes diferenças entre os Humanos e as Árvores, tal não obsta a que possamos considerá-las um exemplo de virtude e fonte de aprendizagem, o que nos leva a colocar a seguinte questão, que em certa medida configura o assunto desta meditação: como é que a partir desse exemplo podemos relacionar os Arbustos e Árvores Sagradas aos graus iniciáticos funcionais da ATDL?

Lusitânia, Berço de Tradição,

a propósito da celebração do Juramento Da Aliança Druídica Celta

Por /i\ Adgatia Vatos

In A Revista da Tradição Lvsitana Nº1, A Luz da Hiperbórea, outubro 2018, pp. 40-48.

Como é que é possível amputar um povo das suas memórias? Existe uma unidade de medida para aquilatar a antiguidade de um povo? De que natureza é a linha que une o seu passado ao seu presente e ao seu futuro? Existe uma continuidade visível nessa linha do tempo? Ou toda ela é feita de momentos de quebra e de religação ao seu núcleo original auroreal, perdido e refeito ao longo do seu extenso transcorrer proto, pré e histórico primevo? Vivemos no tempo e frequentemente nos esquecemos que a nossa vivência do tempo se constitui como o nosso lugar específico de pertença a uma Tradição que em nós se faz caminho e por nós se doa numa narração ou numa história que se conta por meio dos nossos passos, palavras e actos que, como marcos visíveis e indeléveis, dão testemunho da nossa passagem em Abred, o reino da necessidade e da contingência.

De Portugal – e de nós, portugueses – tem sido de uso dizer-se que é nação com uma das mais antigas fronteiras da Europa e uma das mais resilientes e flexíveis culturas do mundo. Contra ventos e marés, em raros períodos de prosperidade e muitos de crises várias económicas e sociais, políticas e morais Portugal afirmando-se, paradoxalmente como uma cultura de diásporas, sempre manteve viva e actualizada a sua matriz cultural identitária. Facto notável e, para muitos difícil de explicar, que cremos ter a ver com a pertença afectiva e simbólica a uma Tradição berço e matriz primordial que se espraiou desde a Ibéria até aos pólos da Gália e da Irlanda, entre outros.

A Expressão Oral da Tradição Primordial Lusitana

Por Arqui-Druida /i\ Adgnatios

In A Revista da Tradição Lvsitana Nº1, A Luz da Hiperbórea, outubro 2018, pp. 40-48.

Da escrita sábia diz-se: que tanto mais o é porquanto se aproxime da palavra dita, da qual, mesmo que não verbalizada e inscrita no corpo sonoro, também se diz que pretende dizer no dito o que as palavras ditas não conseguem totalmente ‘dizer’. Dizer, do indizível, é tarefa angustiante, pois a pretensão da palavra em igualar, como significado, aquilo que a coisa dita é por natureza, isto é, sentido, é algo que se encontra fracassado à nascença.

Não obstante, do mesmo modo que a nossa consciência não deve pactuar do alvitre de que à condição humana se encontra disposta, como tal, possível, a captura do Todo, também no ‘dizer’ de algo se deve ter noção que este parte naturalmente condicionado sob o jugo dessa mesma consciência que, por palavras, “diz” de algo, isto é, não julgar que por via do dizer se defina a “coisa” que, por natureza própria, nos transcende sendo-se. Não capturar, mas “estar em”; não reduzir, mas “abrir-se ao Todo” são possibilidades de transcendência para a própria condição humana alcançar a conexão ao Espírito Universal.

Acabei, como os sagazes leitores poderão ter constatado, de afirmar que aquilo que vou escrever, por via das palavras por mim (não) ‘ditas’, não irá reproduzir totalmente a ‘coisa’ que com elas vou “dizer”, outrossim aproximar-me, abrir-me ao seu sentido, isto é, dizer do indizível o que por via das palavras é possível, na minha humilde e imperfeita condição, dizer.

Esclarecido, então, este problema epistemológico, isto é, o de não ser possível “dizer” do indizível tudo o que acerca dele poderá ser dito, passemos então ao escrever possível do que pretendi à partida aqui ‘dizer’, ou seja, dar testemunho oral, por via da palavra escrita, acerca de “A Essência da Palavra Sábia: ou de um Sabor assim Sabido”.

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