top of page

Mātīr Nemet 

Monumentos Megalíticos 

No dia 12 de Abril de 2017, durante o período de Lua-Cheia, vários membros da ATDL e ainda amigos dedicados, estudantes de arqueologia e o arqueólogo Manuel Calado, reconhecido especialista internacional em megalitismo, deitaram mãos à obra e, ao longo de toda a manhã desse dia histórico, trabalharam árdua e amorosamente na construção de Mātīr Nemet, o Templo-Mãe da Lusitânea. Reza uma Antiga Lenda pan-lusa e pan-céltica que, algures na terra lusíada, se acharia enterrado e oculto o Templo-Mãe primeiro da Tradição megalítica, lugar de cultos e ritos que depois se expandiriam pela Península e pelo Continente europeu. A partir das marcas e sinais havidos nesses outros templos sabia a ciência arqueológica da existência desse primeiro Cromeleque mítico, desaparecido e oculto. Foi a partir dessa Memória ou dessa narrativa viva dita pelas Pedras que os sábios da Tradição e os especialistas da ciência uniram os seus esforços para a reconstituição ou a (re)construção deste Templo-Mãe, à imagem e semelhança desse desaparecido Templo originário. Este dia ficará para sempre inscrito no Coração de todas e de todos os que participaram in loco desta (re)construção e de todos quantos a seguiram e a viveram, mesmo sem terem podido estar fisicamente presentes. Engenho e Arte juntaram saberes e experiências. Todos os ritos, observâncias e cuidados da Tradição se fizeram presentes, a par da mais ‘avançada’ tecnologia e ciência pós moderna. Provando que a Tradição é Comunidade, Irmandade, cooperação e reconhecimento, vivência partilhada e tríplice do Tempo, pois o Passado e o Futuro criaram obra e valor e fazendo-se Presente.

Ensinam-nos a arqueologia e a mitologia que desde os primórdios da Tradição Primordial, na qual a Lusitana se inscreve, as pedras sempre estiveram presentes na origem de todas as tradições religiosas e teológicas. Estas pedras fundadoras e primordiais, também ditas por alguns estudiosos pedras brutas, são distintas das pedras talhadas, trabalhadas ou esculpidas. Seja a Pedra Negra de Cibele (o aerólito ou o meteoro de Pessinonte, cultuado na Ásia Menor que foi outrora hierofania da Grande Deusa Mãe, adorada na Frígia) que os romanos mais tarde instalaram em Roma, no Palatino, no século III; seja o Altar de Delos, a pedra que em Jerusalém suportava a Arca da Aliança; seja a pedra, chamada de ara, colocada no centro do altar católico, sob a patena, o cálice, e as relíquias dos santos mártires e que ainda hoje se encontra incrustada nos altares de algumas igrejas (seria um lugar-comum mencionar que neste contexto Pedro, primeira pedra, Pai, Papa ou Igreja significam o mesmo…); seja a pedra negra, chamada «Caaba» pelos muçulmanos, que se encontra em Meca; todas estas pedras participam, mais próxima ou remotamente, desta ideia de pedra bruta – intocada ou quasi intocada - doada pelo Céu (caso dos meteorólitos) ou pela Terra ao culto e à veneração. Todas elas são fundadoras de religião e teologia, todas elas exercem um fascínio, inspiram uma veneração tão fortes como irresistíveis.

As pedras do Cromeleque-Mãe Mātīr Nemet esperavam por nós na Terra-Mãe do Centro Druídico da ATDL e nós por elas ansiávamos. Elas estavam adormecidas no Coração da Terra, ocultas por milénios de árvores e de ervas. Ao contrário dos cultos outros a que acima, respeitosamente, aludimos, as pedras da nossa tradição permanecem livres e integradas no seio da Mãe-Natureza e sempre ligadas à profundidade da Terra e do Céu. Estas são as pedras vivas da nossa Tradição. Com elas celebrámos a Cerimónia de Criação e Consagração do Nemeton-Mãe Mātīr Nemet. E o Coração das Pedras e o nosso animou-se de Vida e bateu em uníssono, não a uma, mas a várias Vozes. Humilde e amorosamente o Nemeton-Mãe Mātīr Nemet acolheu-nos e abrigou-nos no Lugar do Coração.

Adgatia Vatos

Nota: Como não só do nosso Cromeleque nos importa dar conta, da extensa lista de templos e monumentos megalíticos que proliferam em toda a região envolvente ao Centro Druídico da Lvsitânea, e desde já com a promessa de uma futura actualização, fazemos apenas referência aos que constam na lista que se encontra à vossa direita.

Para o caso do estimado visitante desejar aprofundar conhecimentos acerca dos mesmos, e também salvaguardando os direitos de autor, não só constam na referida lista os seus descritivos, como também disponibilizamos os links das respectivas fontes, agradecendo desde já aos autores e detentores dos direitos reservados a sua divulgação.

Cromeleque_do_Xarêz.jpg

Cromeleque do Xarêz

Os Cromeleques são templos da pré-história relacionados com a antiga religiosidade Pagã associada ao culto dos Astros e da Natureza, estando também associados a espaço de encontros das ancestrais tribos da proto-história. São monumentos construídos com vários Menires, de configuração ou forma circular, semi-circular ou elíptica. De entre os demais, que nos informa de um enorme mosaico megalítico existente na região e a poucos kms de distância do Centro Druídico da Lvsitânea, o Cromeleque do Xarêz representa um dos mais interessantes exemplares do megalitismo existentes em território Lusitano. 
Pensa-se que este conjunto megalítico seja datado de cerca de inícios de 4.000 a.C a 3.000 a.C, sendo constituído por 55 Menires de cerca de 1,20 a 1,50 metros, alguns de configuração fálica, outros de forma almendrada, dispostos em torno do um grande Menir Central de configuração fálica, com cerca de 4,50 metros de altura e de aprox. 7 toneladas de peso. 
Quando foram encontrados e classificados, e com vários estudos efectuados, procedeu-se à sua reconstituição, uma vez que os monólitos estavam dispersos devido a trabalhos agrícolas. 
Devido à subida das águas com a construção da Barragem do Alqueva, o Cromeleque do Xarêz, teve de ser transferido da Herdade do Xerês de Baixo, onde se encontrava, para junto do Convento da Orada, onde se encontra actualmente.

 

Fonte do texto: www.guiadacidade.pt/pt/poi-cromeleque-do-xarez-16564

Direitos da imagem: www.themodernantiquarian.com/user/2223/baza/

DSC02166_rocha dos namorados.jpg

Menir da Rocha dos Namorados

Localizado a curta distância do Centro Druídico da Lvsitânea, O Menir da Rocha dos Namorados ou Rocha dos Namorados localiza-se igualmente na freguesia do Corval, concelho de Reguengos, Portugal.

Trata-se de um magistral Menir feito a partir de um bloco de granito natural e cuja altura ultrapassa em pouco os dois metros. Apresenta-se com uma forma semelhante à de um cogumelo ou, uma vez que se encontra seguramente associado aos milenares ritos pagãos da fertilidades, de um útero.

Reza a lenda, consubstanciando também o seu carácter oracular, que "as Donzelas em idade de contrair matrimónio iriam consultar a Rocha para saberem quanto tempo ainda faltava para se realizar o seu casamento. Para que do Menir obtivessem resposta, as Donzelas atiravam para cima da Rocha uma pedra. Se essa pedra não ficasse em cima da Rocha e caísse ao solo, tal representava um período de espera de um ano, após o qual se poderia fazer nova consulta ao Menir. Com o advento do cristianismo, este antigo rito pagão passou a ser associado à igreja, passando a ser realizado na Segunda Feira de Páscoa.

Direitos da imagem reservados ao blog Ethos em: http://ethoscracia.blogspot.pt/.

Barrocal_edited.jpg

Estela-Menir do Barrocal

Ainda nas imediações do Centro Druídico da Lvsitânea poderemos ter o previlégio de visitar o Menir do Barrocal. Nas palavras de Mário Varela Gomes, "Identificada em 1993, a estela-menir da Herdade do Barrocal constitui o mais alto monólito do seu tipo erguido pelo Homem pré-histórico no Ocidente peninsular. Ela ocupa o centro de plataforma artificialmente aplanada, delimitada por restos de recinto com planta de forma ovóide, cujo eixo maior se encontra orientado no sentido noroestesudeste. Sondagem por nós efectuada, junto à extremidade proximal do monólito, conduziu à identificação de restos da sua estrutura de sustentação. Na face então exposta deste monumento, reconheceram-se 78 figuras gravadas, que a análise estratigráfica, das técnicas de execução, dos graus de desgaste e alguns paralelos permitiram integrar em cinco grandes períodos de execução. A superfície referida constitui, pois, espécie de palimpsesto onde se detectaram repertórios iconográficos que podem ascender aos finais do Neolítico Antigo (V milénio a.C.), quando o monumento foi erecto, e alcançarem a Idade do Bronze (II milénio a.C.), executados depois de o monólito ter sido derrubado, durante o Calcolítico. Importa sublinhar a presença de grandes linhas onduladas, pertencentes à fase mais recuada da decoração, a representação de “báculo” e de dois possíveis idoliformes, atribuídos ao Neolítico Médio, de banda de ziguezagues, tardo-neolíticos ou calcolíticos e de círculos simples, concêntricos, tal como contendo ponto ou covinha no seu interior, da Idade do Bronze."

Anta Olival da pega 2.jpg

Anta do Olival da Pega 2

A poucos quilómetros do Centro Druídico da Lvsitânea localiza-se o conjunto Megalítico do Olival da Pega, constituído pelas Antas 1 e 2, sendo datado de 3500 a 3000 a.C.. Este era um complexo funerário de consideráveis proporções, tendo sido identificado pelos Leisner nos anos 50. A Anta do Olival da Pega 1 encontra-se amontoada e tapada por abundante vegetação, no entanto, do espólio funerário recolhido durante o seu estudo salientam-se lascas de sílex, artefactos de ossos, objetos de pedra polida, placas de xisto gravadas e vários fragmentos de cerâmica. Este levantamento demonstra a importância desta Anta enquanto monumento funerário, sobretudo enquanto necrópole de características coletivas.

A Anta do Olival da Pega 2 situa-se no Monte dos Reguenguinhos, a 300 metros da Anta do Olival da Pega 1. A sua intervenção nos 90, por Victor Gonçalves, permitiu identificar um corredor com 16 metros e com estruturas funerárias anexadas: 3 tholoi de xisto, estelas gravadas na entrada do corredor e um átrio lajeado. O espólio encontrado durante as escavações foi muito variado. Atualmente esta Anta encontra-se musealizada

bottom of page