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A Revista da Tradição Lvsitana

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Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 13

 

Que alegrias virgens, campesinas, fremem

Neste imaculado, límpido arrebol!

Como os galos  cantam! … como as noras gemem!…

Nos olmeiros brancos, cujas folhas tremem,

Refulgente e novo passarinha o sol! …

        Guerra Junqueiro

Estimados leitores e leitoras que ao longo desta nossa aventura editorial nos vêm acompanhando por estas terras celtas, por estes mares, rios e arquipélagos desta nossa Terra-Mãe comum, feita das palavras, das imagens, das metáforas, dos contos, das lendas e das narrativas de todos nós. Aqui chegados estamos, todas e todos, a mais um portal, mais uma liminaridade desta nossa Roda do Ano, um tempo em que saímos a Terreiro, com as nossas cores e coroas de flores, prestes a partilhar cantares e danças, junto às as Fogueiras de Bellenus, a entrelaçar histórias e expectativas, a revisitar o mundo do Além e o nosso além Mundo feitos da matéria ígnea e líquida das histórias e das lembranças das nossas realizações, mais as suas andanças, neste tempo sem Tempo, ou nesta meia estação que é Beltane. Não será, por mero acaso, que toma o subtítulo deste número desta Vossa Revista o nome de Fogos Sagrados: Alquimias E Transmutações

Nos Maios ou nas Maias Lusitanos, tal como Junqueiro, levamos ao Campo a nossa interioridade, o nosso ser mais profundo, os nossos desejos vontades, mais honrosos, e quanto deles realizámos e, generosamente, capazes fomos de dar de nós, desse bem que alcançámos, aos outros. Abrimos os nossos corações à Luz doirada do Dia que tudo, com clarividência ilumina, como se, de novo, na Adolescência da Vida fôramos. De novo escutamos, por toda a parte, na Natureza inteira, a voz sábia dos nossos Antepassados e ao seu Encontro vamos, na Luz ensolarada do Terreiro comunitário, para com eles repetir sob esta benfazeja Luz soalheira os passos ancestrais da Dança do Mastro, sob o auspicioso canto das vozes primaveris dos pássaros. Que Vos sussurrou, então, ao ouvido, o logos, que histórias Vos contaram rios e crepitares de lume?

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 12

Continuei a subir, através da floresta, completamente branca. Graças à lua, tudo estava branco, tão pálido, tão doce. Pensei no meu pai e na minha mãe e um sentimento indescritivelmente terno, femininamente ansioso e tímido apoderou-se de mim. Desejei permanecer para sempre à noite de luar e entregar-me a pensamentos amigos da minha afeição. (…) Era como se toda a noite vasta e silenciosa fosse um ser corpóreo e a lua fosse a sua alma. Permaneci assim, parado, por muito tempo.

Robert Walser

Estimadas irmãs e irmãos, amigos e caminhantes da nossa Tradição, que se diz tão antiga e primeva como as ondas do vasto oceano que banha as costas e enseadas dos nossos arquipélagos e tão novas como as ondas que se espraiam, ocres e branca, pela orla das nossas praias, em espirais de espuma e conchas votivas… Não é por acaso que é nas liminaridades da Saudade e dos Maios que aporta a vós esta nossa Revista. Desejávamos que fossem estas páginas humildes veredas, trilhos esquecidos e secretos, assim reencontrados por Vós, para a nossa Tradição. Éones, vestígios arcaicos de velhas linhagens. Assim, um pouco como aqueles lugares mágicos no cerne da floresta onde sabemos que, nesta vida, nunca estivemos, mas que reconhecemos desde sempre, nos nossos ossos, no nosso coração, com e em cada pedaço grande ou pequeno do que somos. Abrimos os nossos olhos e descobrimo-nos no seio de um Bosque Relíquia onde cada árvore, cada pedra, cada sombra diz, na sua voz de brisa salgada e atlântica, num (En)Canto e Narrativa da nossa Ancestralidade, as histórias da nossa proto-história.

Pelo anoitecer até ao romper da Aurora, já começam as Brumas do Samónios a envolver serras e montes, lagos e praias… Aí, acenderemos a Fogueira da Saudade e o canto das aves noturnas unido à nossa voz invocará, no Círculo Sagrado, os nossos Ancestrais. E eles estarão connosco.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

 

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 11

 

She walks in beauty, like the night

Of cloudless climes and starry skies;

And all that’s best of dark and bright

Meet in her aspect and her eyes;

Thus mellowed to that tender light

Which heaven to gaudy day denies.

Byron

Estimados leitores e leitoras da Revista Da Tradição Lvsitana, encontramo-nos, neste nosso décimo primeiro número, sob o auspicioso signo das Águas Lustrais, em Beltane, cumprido que foi o ciclo do Sagrado Feminino, caminhamos com passos firmes para os Maios Lvsitanos, sem quebra de rituais e de celebrações. Queremos assinalar este nosso caminhar com regozijo, pois não esquecemos os tormentos que vivemos no passado e guardamos na nossa memória a dor do que significa a ausência da Condição de Paz, impeditiva de uma celebração digna, partilhada e equilibrada. Vivemos uma estação fria difícil, tormentosa, tempestuosa, mesmo, pelas condições climáticas adversas, sob a forma das chuvas torrenciais que inundaram cidades, pelas condições sociais e económicas adversas que tantas dificuldades e carências impuseram à vida das populações. Não obstante, sob a proteção e o acalento dos nossos Deuses e Deusas, em particular Daquelas que nos acompanham, de forma mais próxima, durante esta metade da Roda do Ano, conseguimos superar estes tempos difíceis, labutando, criando e produzindo as condições propícias ao nosso acontecer enquanto Assembleia.

Pedimos aos colaboradores e colaboradoras desta nossa Revista que se inspirassem nestas nossas Deusas que nos regem e protegem nestes tempos frios, chuvosos e húmidos e elas e eles responderam ao nosso apelo, escutando o canto das Fontes, escrevendo e enviando os textos que aqui submetemos ao olhar sempre atento dos nossos leitores e leitoras.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

 

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 10

I went to the woods because I wished to live deliberately, to front only the essential facts of life, and see if I could not learn what it had to teach, and not, when I came to die, discover that I had not lived. I did not wish to live what was not life, living is so dear; nor did I wish to practice resignation, unless it was quite necessary. I wanted to live deep and suck out all the marrow of life (...)

 

Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os factos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que ela tinha a ensinar-me, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido. Não desejava viver o que não era vida, sendo a vida tão maravilhosa, nem desejava praticar a resignação, a menos que fosse de todo necessária. Queria viver em profundidade e sugar todo o tutano da vida (...)

 

Henry David Thoreau

 

Estimados leitores e leitoras da Revista da Tradição Lvsitana, caminhantes desta nossa ancestral, velha e revelha Tradição, tão antiga como as águas do oceano primordial e tão jovem e sempre moça e remoça quanto as ondas da última e cíclica maré das águas que se quebram contra as areias das praias dos nossos Arquipélagos,… mais uma vez nos reunimos, “No Espírito do Bosque Sagrado”, sob a copa frondosa dos nossos carvalhos, oliveiras e macieiras,… à escuta do rumor dos ventos, nas folhas, depois do ribombar das tempestades. Não sobrevivemos às adversidades dos tempos em Abred, durante os ventos ciclónicos pandémicos, mas antes, supervivemos nestes tempos difíceis, buscando harmonia, como nos ensinam as preces praticadas pelos nossos devanceiros e devanceiras, os nossos Ancestrais, que sempre guiaram os nossos passos, tanto nos tempos de abundância e paz, como nos de escassez e de conflito. Retomámos, sem quebras, o fluxo das nossas celebrações e rituais, peregrinámos aos nossos centros espirituais; reencontrámo-nos por essas trebas e assembleias da nossa Celtic Druid Alliance, partilhando o alimento e o acalento espiritual que nos une. É esse nosso Caminho que aqui vos recontamos e inscrevemos na linha inquebrantável do tempo, qual labareda de chama de Fogo ou centelha que flui, como a água dos nossos rios, da nascente que somos, para a foz amorosa do mar, onde todos e todas nos reencontramos, na mesma reverberação mágica e constante. Somos o que sempre fomos e seremos: Tradição Primordial.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

 

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 9

"A primavera chegará, mesmo que ninguém
mais saiba seu nome, nem acredite no
calendário, nem possua jardim para recebêla.
A inclinação do sol vai marcando outras
sombras; e os
habitantes da mata, essas
criaturas naturais que ai
nda circulam pelo ar
e pelo chão, começam a preparar sua vida
para a primavera que chega."

Cecília Meireles

 

Estimadas irmãs e irmãos de Caminho, a esperança que acalentávamos nos nossos corações, no último número desta nossa Revista, cumpriu-se e, apesar de todas a dificuldades que, à imagem e semelhança do mundo a nossa Assembleia atravessou, devido à pandemia global, estamos já de regresso às celebrações regulares dos rituais da Roda do Ano que, desde o último Lughnassad têm sido realizadas, sem interregnos. E, sobretudo, estamos firmemente convictos de que a Roda do Ano aberta no último Samónios se irá cumprir ritualisticamente, estando nós, como então escrevemos no Editorial desse último número, de novo, “todos e todas juntos, reunidos em torno da fogueira da Assembleia, sobre a Terra sagrada dos nossos Antepassados e sob um Céu inteiramente nosso a celebrar (…) nesse (re)encontro”, a nossa espiritualidade, “o Amor e a Liberdade”. Infelizmente não podemos dizer, como então desejámos e “a festejar felizes” e “em paz”. Se o vírus não deu tréguas aos seres humanos, nos últimos meses, alguns seres humanos também não deram paz a si mesmos por estes derradeiros dias. Não obstante, cremos que, embora a condição de paz continue a não estar assegurada, nos
cumpre continuar a honrar os nossos Ancestrais, a nossa Tradição e a Natureza, colocando-nos ao serviço da Paz, com toda a determinação da nossa alma, todo o amor dos nossos corações e todo o humilde saber do nosso ofício espiritual. A Tradição chama por nós em todos os momentos, particularmente nos mais difíceis, para que façamos ouvir a sua voz e princípios solidários, amorosos e pacíficos. Os rituais que continuaremos a realizar e esta vossa Revista que persistimos em publicar são a nossa resposta a esse apelo e uma das formas de oração pela Paz que está ao nosso alcance. O Amor e o Conhecimento são irmãos que caminham lado a lado de mãos dadas na nossa Tradição desde o início dos tempos e, no que de nós dependa, assim continuará a ser. Humildemente aspiramos a caminhar, em paz no sentido do Bem que acreditamos, consiste, entre outras coisas, em sermos hoje melhores seres humanos do que fomos ontem e em sermos, amanhã, melhores seres humanos do que hoje somos.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 8

"Fraco e pequeno tal, como sou,

Na espuma das praias do mar oceano,

Nos dias penosos de grande aflição

Eu serei teu guia, mais forte e seguro

que salmão do rio, três vezes cem."

Primeiro poema atribuído a Taliesin

 

Estimadas leitoras e leitores da Revista da Tradição Lusitana,  a Roda do Ano Celta já vai longa e está prestes a completar mais um ciclo, este marcado por tantas venturas e tantas desventuras, tantas lágrimas de alegria quantas de dor, tantas realizações acontecidas como aspirações incumpridas. Por essa razão, para a nossa Revista, este presente número constitui-se como o abraço fraterno possível a todos aqueles que buscam estar no Caminho Céltico. Uma das características mais identificativas dos Celtas, é que eram livres e insubornáveis na sua atitude espiritual. A Druidade não se vende, nem se compra, mas antes vive-se nas Clareiras, fita-se na luz dos olhos, ouve-se de boca a orelha, padece e frui-se na negra Noite e no claro Dia... e sempre se guarda, resguarda e partilha com um coração sempre embalado pela Aurora da Alma.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 7

"A Grande Egrégora é a Comunidade a que pertencemos e o laço de pertença que a Ela nos liga é expresso na nossa maneira de ser, de estar, de agir e de sentir, mais até do que na língua e na história que partilhamos ou não dentro dessa Comunidade; é objectivado nas instituições que enquadram a nossa vida intercomunitária, como é o caso da Celtic Druid Alliance, que é a forma pela qual a nossa Identidade Colectiva Celta veicula ao mundo os seus valores fundamentais, daí a sua extrema importância para todos os grupos que a integram."

 

/|\ Adgnatios Arqui-Druida da Lusitânea

 

 

Estimadas leitoras e leitores da Revista da Tradição Lusitana, eis-nos chegado ao Portal de Samónios, ao fim de uma Roda do Ano e ao início de outra. Tempo, pois, de aferir do valor das nossas realizações comunitárias, tempo de fecho de um ciclo e de abertura de outro. Este tempo-sem-tempo e este espaço-sem-espaço de Samónios é particularmente significativo para a ATDL. Estes últimos três anos, transcorridos entre o primeiro Gathering da Celtic Druid Alliance, na Irlanda, e o segundo Gathering realizado em Portugal, foram um tempo de intensos trabalhos e tribulações para a ATDL que empreendeu a Obra da Construção do Centro Druídico da Lvsitânea, no espaço identificado como o lugar onde outrora havia existido e sido a Casa da tribo dos Celtici, em pleno Além Tejo, entre os rios Tagus e Anas.

Será também, a partir de agora, neste novo Ano da Roda que se iniciará um tempo de novos trabalhos, investigações e partilhas, no espaço do Centro Druídico, dando, assim, a ATDL continuidade ao seu labor, através de Celebrações, Festividades, palestras e… novas construções materiais e espirituais, ao redespertar da identidade e da pertença célticas no lugar mesmo da sua eclosão e, neste tempo outro de actualidade. Fazendo Tempo e Espaço para que a Lembrança e a Esperança de uma Ancestralidade, uma ascendência e uma descendência proto-celtas e celtas aconteçam, como aquela linha contínua que liga, na Fogueira da Celebração do Samónios ou da Saudade, as cinzas do Passado, com a pequena, humilde, frágil, mas constante Centelha que ilumina o Caminho da Tradição Primordial, abrindo, com a sua Luz, as portas do Futuro.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 6

“A Ética Espiritual Celta (..,) assume que a Ordem Transcendente da Criação emana diretamente do Incriado, a que se institui e afeta o seu carácter iniciático, razão pela qual todo o acontecer celta visa a preservação de uma autonomia digna, a promoção  e a defesa da prática de uma Espiritualidade harmoniosa e esclarecida.”

Arqui-Druida /|\ Adgnatios

 

“Freedom is not taught, it is lived”

Ard Druí /|\ Niamh Connor Celtic Druid Temple

Estimados leitores e leitoras da Revista da Tradição Lusitana, eis que aportamos ao número sexto deste nosso Caminho editorial que, passo a passo, vamos inscrevendo na Roda do Ano. Não é por acaso que coincidem os dois lançamentos semestrais da Revista da Tradição Lvsitana com as duas celebrações de liminaridade do nosso Calendário Celta, Samónios e Beltane, momentos privilegiados de atravessamento de Portais, de transcensão e de comunicação entre Mundos. Eis-nos, então, no presente número, face ao Portal de Beltane que o trás a Lume no contexto das festividades dos Maios Lvsitanos. 
Leitora e leitor Amigos… as fogueiras de Beltane já se alumiam pelas cumeadas dos montes e já dançam as moças e os moços em redor dos mastros, entrelaçando cânticos e fitas, as Canções dos Maios, … venham peregrinar connosco aos santuários sagrados, reacender as Fogueiras de Maio, partilhar cantos e danças primaveris, junto à fogueira e conhecer os cantos e contos,… as narrativas da Lvsitanea ditas por um crepitar de Lumes.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 5

“Desperte...
Acolha livremente a Luz do Espírito Universal e assuma o compromisso de a servir;

Defenda corajosamente a prevalência da Verdade;

Mantenha-se insubornável perante os bens materiais e indomado pelos poderes terrenos;

E tornar-se-á um Peregrino do Amor… uma voz feita de Luz e um Coração cheio de Natureza.”

Arqui-Druida /|\ Adgnatios

 

“If the path of the ancient Celts is the one you want to travel, do not be fooled by those who show you a clear way through a gentle countryside, since that is not the true spirit of the Celtic way which, although full of stones and thorns, it can teach you that the path is more important than the destination.”

/|\ Guardians and Council Members of the Celtic Druid Alliance (CDA)

 

 

Entre o ano que termina e o ano que começa, entre a Luz e o tempo Escuro, entre o Dia que fenece e a Noite que se inicia, fica a celebração de Samónios. Não é por acaso que escolhemos este acontecer da Liminaridade, do umbral ou da passagem entre mundos para lançar o presente número da nossa Revista da Tradição Lusitana, sob a égide do tema d’ A Supervivência do Sagrado. Aqui meditamos, rememorando, o nosso percurso no ano que ora finda, lembrando o nosso acontecer comunitário; aqui preparamos, em antecipação e com expectativa, o ano que há-de vir, em esperança partilhada por todas e todos. Leitora e Leitor Amigos venham connosco acender as Luzes de Samónios, percorrer os trilhos da supervivência do Sagrado.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 4

«Florir – é Conseguir – quem encontra uma Flor/E a olha desatento /Mal se apercebe/Da contribuição de pequenas Coisas// Para o Brilhante/ E Intrincado Empreendimento/ que ali surgia como a dádiva de uma Borboleta/ Ao Meio-Dia -// (…) // Não desiludir a Grande Natureza/Que A aguarda naquele dia -/Ser flor é uma grande responsabilidade.»

Emily Dickinson

 

 

«C[eltic] D[ruid] A[lliance] is a parent group looking to help or guide but never to control. I hope that more Celtic Druid groups join CDA and that by protecting individual expression of our indigenous traditions we are blessed with ever increasing uniqueness.»

Ard Druí /|\ Con Connor

 

 

A Primavera aportou à Lusitânia Água fertilizadora e Luz inspiradora que nesta nossa Revista se manifesta na participação e união de Irmãs e Irmãos, Amigas e Amigos da Tradição Céltica em torno de um propósito comum, os «Lumes e Costumes na Tradição Céltica» como a Luz da Lareira Comunitária que aqui recordamos, preservamos, guardamos e recriamos.

Celebramos, também, neste número a construção, iniciada na Primavera passada, do nosso Nemeton Mātīr Nemet e do nosso Castro ou da nossa Roundhouse Céltica Lusitana no Centro Druídico da Lvsitânea, bem no coração das terras ancestrais dos Celtici, lugar que nos escolheu e acolheu e onde acolheremos, também, o próximo Encontro da Celtic Druid Alliance. O presente número desta nossa Revista celebra, deste modo, em lembrança do passado, alegria amorosa do presente e esperança no futuro da nossa Tradição Primordial comum, o Encontro e a União em Amor e Liberdade das Tribos Célticas na sua radical originalidade, diversidade, união e universalidade. À boa maneira Celta, sentamo-nos, sobre a Terra, em torno do Lume da fogueira, envoltos pelo Ar das brumas do anoitecer e partilhamos Vida até ao raiar da primeira Luz da aurora. Leitora e Leitor Amigos, venham sentar-se connosco na Roda, bem-vindos à Partilha!

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 3

«O eixo da nossa Tradição é Espiritual, ou seja, ela é um corpo-agente vivo e culturalmente ativo dentro de um vasto Território Espiritual que nós designamos como Céltia. (…) A Tradição ensina pelo exemplo dos seus membros, que em conjunto formam uma egrégora, grupo de caminhantes e buscadores do sentido espiritual. Deste modo, parece (…) perfeitamente tangível e até expectável que (…) se possa criar uma comunidade de valores com vista ao bem comum Espiritual, (…) em plena consonância com a Natureza, pois ela é o Livro da Tradição (…). Todos somos seres naturais, mas deixámo-nos descaracterizar. A vida no CDL [Centro Druídico da Lvsitânea] deve ser uma vida pautada pelo princípio de uma dignidade espiritual comum a todos os seres, na Mãe-Terra, com ela e por ela.»

/|\ Adgnatios – Arqui-Druida da Lusónia

 

 

Estimadas leitoras e leitores, bem-vindos ao terceiro número da Revista da Tradição Lvsitana. O redespertar da Pan-Céltia é o tema que convosco celebramos, numa partilha que se espraia desde o passado do que fomos, ao presente do que somos, até ao futuro do que queremos ser. O redespertar que aqui congregamos é feito de terras, ventos, rios e oceanos e daquela íntima Luz constante que desde sempre alumia os passos, os caminhantes e os caminhos da Pan-Céltia. Resgatá-la aos rios do esquecimento e abandono, voltar a soletrar os nomes sagrados e profanos das suas nascentes, reaprender o curso dos seus rios, os seus usos e modos, aportar aos seus deltas, vivenciar os seus rituais e festas, saber ser em arquipélago, adaptar os seus costumes e formas aos tempos vindouros, voltar a cantar os seus feitos e desventuras, passados, presentes e futuros, reerguer e cultuar cada uma das suas pedras, isto é, Viver em e a Tradição Primordial, é um dos objectivos deste volume, que humildemente acalentamos e intentamos realizar, número a número, passo a passo. Em cada capítulo deste nosso volume cada um de nós, cada um de vós partilha um bordão, como um passo no Caminho, conta uma história, no sentido mais nobre deste termo, partilha um Saber de experiência feito, dá-se em amor, como uma mão estendida durante uma caminhada íngreme, doa-se em palavras ou passos de um testemunho pessoal e transmissível.

O redespertar da Pan-Céltia reemerge de novo à Luz do Dia, vela connosco dentro da Noite, entardece nos fogos rituais e permanece aceso em brasa no nosso coração, amanhece em nós como uma nascente, clara, lúcida e nítida, em cada página, em cada linha, raiz de árvore, copa, folha. Pedra de Caminho. Venham caminhar connosco, leitora, leitor Amigos.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 2

«A mais profunda noção de Tradição refere-se sempre a um sentido constante do acontecer espiritual (…) ao longo dos tempos, o que não implica que esta seja apenas uma memória vã e que não possa ou não deva assumir diversas atualizações por via das diferenças nos tempos. É neste sentido que se diz que uma Tradição é antiga como o mar e nova como as ondas que a renovam pelos tempos, o que faz dela algo de profundamente vivo e dinâmico enquanto os seus cultivadores e cultivados lhe disponibilizarem o seu coração (…).»

/|\ Adgnatios - Arqui-Druida da Lusónia

 

 

«Le folklore fourmille d’histoires qui sont de vieux mythes, et les dances provinciales sont parfois les débris d’anciens choeurs sacrés. D’insoupçonées civilisations disparues s’évoquent à travers cês ruines, dont la signification s’est perdue, comme celles des menhirs, de la cavernes des gnômes ou de l’arbre des fées.»

 /|\ Philéas Lebesgue – Grand Druide des Gaules

 

 

Estimadas leitoras e leitores da Revista da Tradição Lusitana, neste nosso número evocamos e celebramos a Espiritualidade Atlântica que une a nossa Comunidade por esse mundo fora a partir dos mitos, das culturas e dos rituais que revisitamos, como Oceano comum que são da nossa Tradição, que aqui também dizemos Hiperbórea e Atlante. Caudalosa como os rios que nos unem e navegamos, ínfima como o secreto gotejar das fontes que marca o compasso dos nossos corações. Infinita como a respiração dos cursos de água na sua determinação, fado, ensejo e vontade de reunião nessa grande foz comum feita da matéria fluida da pluralidade de Vozes que em nós recontam e cantam os feitos, os trabalhos e os dias dos nossos Ancestrais.

Canto renascido na voz dos nossos Aedos… Atlântida desoculta ou reconstruída no Santuário Mãe ou no Lugar do Centro Druídico da Lusitânea, ou… no Lugar do Coração de todos e de todas nós.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

 

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 1

 

 «(…) a nossa Tradição é Ancestral, mas não deve ser arcaica,

 isto é, não a devemos deixar disposta à obliteração pelos tempos.»

Druída /|\ Adgnatios, Endre da Lusónia

 

Estimadas leitoras e leitores da Revista da Tradição Lusitana, este número da nossa revista assinala um momento que é um marco histórico para a nossa Tradição: o encontro, na Irlanda, dos Três Guardiões da Aliança Druídica Celta, o Grande Druida da Irlanda, o Grande Druida da Lutécia e o Grande Druida da Lusónia. Confluência da Celtic Druid Alliance, no Celtic Druid Temple, que assinalou, na Celebração do Equinócio de Outono, a transmissão e encontro das linhagens e o juramento da Aliança Druídica Celta pelos três guardiões fundadores. Cerimónia participada por muitos irmãos e irmãs do continente europeu e americano, entre os quais se contavam inúmeros membros da Assembleia Druídica Lusitana. Este é, pois, um momento de festa e de plantio, de reencontro e de partilha para toda a nossa Comunidade e é também um tempo de germinação e recomeço, de vitalidade e de trabalho para a nossa Tradição. Neste número damos conta do nosso testemunho pelo Caminhar na nossa Tradição, tal como o vivemos, em cada trilho e em cada passo Comunitário. Caminhar em Comunidade significa também dar testemunho através de um Dizer em partilha responsável, livre, sustentada e nutrida pelos princípios da nossa Tradição, consciente pois, na mudança nos tempos, que sempre houve e da constância no Amor que desde sempre nos guia.

 Seja em prosa, seja em poesia, este número é oferenda e testemunho da Tradição em Nós. E por essa razão, nela desejamos realizar dizendo a Luz da Hiperbórea. Unimos, pois, as nossas pequenas vozes neste humilde canto de Celebração à Re-União e ao Re-Acender da Aliança Druídica Celta na sempiterna Luz da Hiperbórea.

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

Editorial da Revista da Tradição Lvsitana nº 0

 

Este é o número inaugural da «Revista da Tradição Lvsitana» e o título Alquimia da Alma define o eixo temático central fixado para esta edição. Chamamos também a atenção do leitor para o nosso Momentum Metaxis, que vos informará das nossas reportagens. Metaxis é uma palavra de origem grega, cujo uso -  methexis – se atribui a Platão. Metaxis quer dizer, provavelmente entre muitas outras coisas, o nosso trânsito possível ou a nossa viagem passível entre mundos, a saber: entre as essências ou a reminiscência de ideias perfeitas e transcendentes … e a imanência sensível do mundo real e quotidiano. A nossa revista propõe, assim, a todos os leitores interessados ou irmanados na Tradição Primordial uma dupla viagem, a saber: pelas águas oceânicas da Tradição e pelo rio interior de si mesmos, em busca de uma foz que seja conhecimento esclarecido e responsável e felicidade partilhada nessa procura e descoberta comunitárias. Neste número abordamos temas caros à Tradição: O que é Sageza? De que História e histórias é feita a nossa Tradição? Que cantos e contos a narraram através dos tempos? De que corpo de vozes e experiências e testemunhos se fez e se faz o nosso Caminho? Através de que artes de Cura e Divinação se doou a Tradição aos outros? De que Bosques e Clareiras viemos e como os habitamos? De que palavras se diz a nossa Palavra? Neste número fazemos Comunidade partilhando Valor. A nossa Comunidade celebra Autonomia, Liberdade e inclusão de Todos os seres na Comunidade de Afectos que é a Tradição Lusitana. O nosso Projecto é a reintegração de Portugal nessa vasta comunidade de pertença que é a Lusitânea. A nossa Vocação é uma amorosa ética onto-antropológica. Evocamos a Lembrança do que fomos – do que sempre fomos – a continuidade de uma Tradição em Amor. Invocamos, presentificamos e actualizamos os Referenciais Matriciais da Tradição Lusitana. Vivemos em revolucionária Esperança de um Futuro que sempre foi hoje, agora e aqui, nesta Clareira Comunitária: Nós. Queremos mundar o mundo. Leitora e leitor Amigos, queremos que venham mundar connosco o mundo. Essa é a revolução maior que procuramos: realizar uma Alquimia da Alma na Alma Comum de todos nós.

 

P´la Direcção Editorial:  por Adgatia Vatos

A Revista da Tradição Lvsitana, cujo lançamento oficial decorreu em Maio de 2016, contém nos seus números os seguintes editoriais:

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